quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Interacionismo


Pesquisando sobre o assunto e lendo os textos recomendados em sala conseguimos entender o processo que o interacionismo promove na relação do ensino. O aluno, assim como o professor, é um agente ativo e formador. O aluno não é uma máquina de receber e armazenar informação, ponto. É um integrante dentro desse processo, ele recebe informação, junta com as que já possui, faz ligações e construções próprias. O papel do professor nesse aspecto é problematizar os assuntos. O professor ajuda, dá bases e argumentações para os alunos criarem suas próprias, eles refletem e se tornam capazes de responder as questões. O aluno acaba por criar a própria autonomia do saber, não como um aluno autodidata, mas como um corpo em movimento e constante transformação do saber. Como exemplo desse tema, achei na internet, num Blog, um trecho retirado deste mesmo blog, que achei interessante comentar:

“Estou escrevendo este livro por causa da Bela Adormecida”
Para mim, essa é uma história em que toda a tragédia acontece porque os pais da princesinha teimavam em acreditar que deveria afastar todo o mal para longe da menina. Mas ainda, estavam convencidos de ter poderes suficientes para isso. O pior é que eles viviam repetindo a mesma bobagem, como se não fossem capazes de aprender com a própria experiência.
Pois veja: para o batizado da menina, deixaram de convidar a velha bruxa, porque ela era feia e malvada, e eles achavam que a feiúra e a maldade não podiam fazer parte da festa. Mas, como essas coisas fazem parte da vida a bruxa invadiu o palácio mesmo sem convite. E, para vingar a afronta recebida, lançou uma maldição sobre a criança. Não seria melhor ter convidado logo a malvada e dado a ela uma porção de coisas boas de comer e de beber, para aplacar seu mau gênio? Não seria mil vezes preferível tê-la como hóspede a tê-la como inimiga? Mas a bem-intencionada bobeira dos pais foi ainda mais longe. Ao ouvir da bruxa que a princesinha, aos quinze anos, iria feri
r-se gravemente com uma roca de fiar, o que fez o pai? Mandou banir do reino inteiro todas as rocas de fiar. Como se algum pai, por mais rei e poderoso que fosse, tivesse o poder de afastar dos filhos as coisas que são capazes de feri-los, de lhes fazer mal. Ainda mais aos quinze anos. O que aconteceu, então? Tinha sobrado uma roca com seu fuso, no alto de uma velha torre onde vivia uma fiandeira, solitária e isolada. A princesa, chegando casualmente à torre, ao se deparar pela primeira vez com aquele estranho objeto, ficou muito curiosa, pegou nele de mau jeito e furou o dedo. Conforme, aliás, todo mundo já sabia, há muito tempo que iria acontecer. Não teria sido mais sábio o rei se tivesse alertado a menina para o perigo que aqueles objetos representavam para ela, e ensinado sua filha a se defender, em vez de tentar negar a própria existência de rocas e fusos? Talvez, se pudesse saber do risco que corria, a princesa teria sido mais cuidadosa e até evitaria o acidente. Então. Eu acho que muitos pais e mães de hoje continuam a se comportar como os pais da Bela Adormecida, como se não tivessem entendido a história. Daí achei melhor escrever este livro. (Flídia Rosenberg Aratangy, 1995).

Esse trecho diz muito sobre o assunto do interacionismo, acho que talvez seja um processo difícil - falando como acadêmica de História - o reconhecimento do aluno como agente ativo no processo de formação, mas com leitura e um pouco de estudo e reflexão própria é possível criar uma aula baseada nesses termos onde o aluno não só responde aos questionamentos que fazemos, mas acrescenta informações, pontos de vista, e até formula novos questionamentos.

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